segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Videogame, computador, televisão. Ainda vou escrever um livro sobre a influência deles no cérebro e na mente humana. Mas por enquanto fiquemos com um post de blog.

Comecemos com os jogos. Quem acha que relaxa no seu tempo livre jogando no videogame ou no computador está enganado. Os jogos exigem esforço mental, e muitas vezes tensão física mesmo, apesar de despercebida, desprendendo energia para a realização correta das atividades propostas pelos jogos, realização a qual também pode dar uma boa mexida nas emoções e até ativar a adrenalina, e com certeza ativa o prazer, a sensação de recompensa. Ou seja, não há relaxamento, há sim stress auto-imposto, que passa camuflado de lazer. Stress não é somente quando trabalhamos com o que não queremos, é também a situação extrema físico-emocional da pessoa, mesmo que seja num trabalho que agrade a pessoa, como exemplos de médicos que às vezes simplesmente se esquecem de ir dormir. Nos jogos isso é bem mais fácil de acontecer, as horas voam e você nem percebe, principalmente nas situações de jogo mais tensas. Quando você vê, você já exagerou, e você já começa a sentir a "embriaguez" do jogo.

Nunca reparou nessa embriaguez? Fique 3 horas jogando sem parar, pare de uma vez e repare como está sua relação com o mundo à sua volta. Seu nível de lucidez com certeza não estará dos melhores. Isso se aplica a tudo que quer te prender numa tela e numa cadeira. Jogos, sites e programas de televisão tentam ser cada vez mais "interessantes" para te hipnotizar, apertando o botão "off" da noção de quem você é e de onde você está, até que você pare e pense "o que eu ia fazer mesmo?"

Quando você se dá conta, você já ficou tempo demais com aquela viseira pior que a de cavalo (pois o cavalo ainda consegue olhar pra cima e pra baixo, enquanto você só vê um quadrado), e sua percepção da realidade já está prejudicada, seus sentidos já não estão mais tão aguçados, mas, adivinha, você não percebe isso. E como nenhuma embriaguez passa num estalar de dedos, você fica com a repercussão daquela atividade, com seu raciocínio ativado pelo jogo/programa/site e com aquela voz sem parar na sua cabeça.

E antes de você ter voltado à "sobriedade", toma novas doses de hipnose, criando um círculo vicioso, supostamente agradável, pois é tudo muito interessante, muito legal, tão legal que você não se vê sem aquilo, e não acredita em ninguém que te chamar de viciado.

Moderação é palavra, mas os jogos, principalmente os jogos, são feitos para ficar jogando cada vez mais tempo, prêmios, recompensas para quem jogar mais. Evoluir o personagem, para ser tão bom quanto o oponente. Guerras online, tudo para criar o compromisso do jogador com o jogo. Cada vez mais jogo, cada vez menos vida.

Falei que daria um livro, isso porque só estou "rascunhando". Então fico por aqui. Hora de desligar o computador.

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