É interessante como criamos momentos de sintonia que beira a telepatia quando se compartilham estudos, ou até hobbies, talvez através da geração de afinidade resultante das atividades. Aconteceu na época em que eu estudava Cabalá mais dedicadamente, sentindo "lembranças" e tendo impulsos relacionados à Cabalá principalmente quando se aproximava um congresso (e durante dele também). E novamente isso se repete agora nos estudos de viagem astral, na forte sintonia nas quartas-feiras do encontro em grupo, mesmo na vezes em que eu não estava lembrando do encontro, e agora que estou voltando a me dedicar mais ao assunto, algumas idéias vão me surgindo e depois percebo que amigos do grupo tiveram a mesma ideia. Talvez seja por causa das nossas impressões lançadas num tipo de inconsciente coletivo, como muitas vezes acontece na sala de aula, quando alguém pensa em falar uma coisa e outro aluno vai e fala o que você queria falar. Também acontece na ciência, quando a mesma descoberta acontece em lugares diferentes do globo. Nos estudos da alma então, a probabilidade disso acontecer deve ser ainda maior, pois é onde as pessoas se esforçam para aprimorarem suas antenas espirituais. Que eu possa não me afastar, e sim aumentar a intimidade espiritual com aqueles que estão comprometidos com a melhora pessoal, pois sei que o esforço individual de cada pessoa contribui no bem de toda a coletividade.

Videogame, computador, televisão. Ainda vou escrever um livro sobre a influência deles no cérebro e na mente humana. Mas por enquanto fiquemos com um post de blog.

Comecemos com os jogos. Quem acha que relaxa no seu tempo livre jogando no videogame ou no computador está enganado. Os jogos exigem esforço mental, e muitas vezes tensão física mesmo, apesar de despercebida, desprendendo energia para a realização correta das atividades propostas pelos jogos, realização a qual também pode dar uma boa mexida nas emoções e até ativar a adrenalina, e com certeza ativa o prazer, a sensação de recompensa. Ou seja, não há relaxamento, há sim stress auto-imposto, que passa camuflado de lazer. Stress não é somente quando trabalhamos com o que não queremos, é também a situação extrema físico-emocional da pessoa, mesmo que seja num trabalho que agrade a pessoa, como exemplos de médicos que às vezes simplesmente se esquecem de ir dormir. Nos jogos isso é bem mais fácil de acontecer, as horas voam e você nem percebe, principalmente nas situações de jogo mais tensas. Quando você vê, você já exagerou, e você já começa a sentir a "embriaguez" do jogo.

Nunca reparou nessa embriaguez? Fique 3 horas jogando sem parar, pare de uma vez e repare como está sua relação com o mundo à sua volta. Seu nível de lucidez com certeza não estará dos melhores. Isso se aplica a tudo que quer te prender numa tela e numa cadeira. Jogos, sites e programas de televisão tentam ser cada vez mais "interessantes" para te hipnotizar, apertando o botão "off" da noção de quem você é e de onde você está, até que você pare e pense "o que eu ia fazer mesmo?"

Quando você se dá conta, você já ficou tempo demais com aquela viseira pior que a de cavalo (pois o cavalo ainda consegue olhar pra cima e pra baixo, enquanto você só vê um quadrado), e sua percepção da realidade já está prejudicada, seus sentidos já não estão mais tão aguçados, mas, adivinha, você não percebe isso. E como nenhuma embriaguez passa num estalar de dedos, você fica com a repercussão daquela atividade, com seu raciocínio ativado pelo jogo/programa/site e com aquela voz sem parar na sua cabeça.

E antes de você ter voltado à "sobriedade", toma novas doses de hipnose, criando um círculo vicioso, supostamente agradável, pois é tudo muito interessante, muito legal, tão legal que você não se vê sem aquilo, e não acredita em ninguém que te chamar de viciado.

Moderação é palavra, mas os jogos, principalmente os jogos, são feitos para ficar jogando cada vez mais tempo, prêmios, recompensas para quem jogar mais. Evoluir o personagem, para ser tão bom quanto o oponente. Guerras online, tudo para criar o compromisso do jogador com o jogo. Cada vez mais jogo, cada vez menos vida.

Falei que daria um livro, isso porque só estou "rascunhando". Então fico por aqui. Hora de desligar o computador.

"Visto a distância, o homem, na arena carnal, pode ser comparado a um viajor na selva de pensamentos heterogêneos, aprendendo, por intermédio de rudes exercícios, a encontrar o seu próprio caminho de libertação e ascese. Mentalmente exposto a todas as influências psíquicas, é imperioso se eduque para governar os próprios impulsos, aperfeiçoando-se moral e intelectualmente, para que se lhe aprimore as projeções."

André Luiz, nessa passagem, não se referia especificamente à projeção astral, e sim à elevação pessoal, mas com certeza seus apontamentos são facilmente aplicáveis a quem deseja a viagem astral.

Mais paralelos feitos com a corrida através da leitura da Runner's:

Você treinou de forma consistente ao longo do ano?

"As pessoas que não têm um diário correm o risco de cometer os mesmos erros repetidas vezes." (Bem, mudar um hábito às vezes não é lá tão fácil)

(...) Avalie se suas metas eram realistas. (lembrando dos projetores que com um dia de técnica já reclamam de não conseguirem resultados...)

O progresso máximo que um corredor experiente pode esperar de uma prova para outra, em condições ideais,  é de cerca de 3% (imagino qual seria a % de progresso de uma tentativa de projeção para outra).

Quanto mais leio essa revista, mais percebo a forte disciplina seguida pelos atletas para terem um resultado bom nos seus esportes, e cada vez mais faço o trabalho de convencer a mim mesmo que para questões de desenvolvimento da lucidez, eu não deveria agir com menos seriedade que esses atletas, apesar do fato da projeção astral ter uma certa relação com o sono e por isso acabarmos literalmente "relaxando" a disciplina mental.

Insight! Fiquei um tempo sentado de mal jeito, daí quando levanto, cãibra nas duas pernas!! Não, não caí no chão! Mas caiu uma ficha pra postar aqui. Às vezes realizamos atividades que parecem deixar até nosso cérebro com cãibra, aquelas situações em que você percebe que não consegue mais "pensar" direito. Buscar perceber e "corrigir a postura" durante essas atividades seria o ideal, mas o problema é que muitas vezes só percebemos tal má postura depois de sair dela e entrar na cãibra! Usar, então, a experiência e a lembrança para evitar ou se posicionar melhor nas situações que te levam à "letargia". Pode ser difícil, como mudar um hábito (ou pior, um hábito mental), mas com certeza vale a pena.

A ideia para este simples blog surgiu enquanto eu lia a edição de início de ano da revista Runners, voltada para atletas de corridas, que contém um artigo para iniciantes que chamou minha atenção, pois estou começando a gostar de corridas (cuidar da mente e do corpo também!) Logo no início da revista havia uma foto de uma atleta olhando para trás, num artigo que dizia para o leitor corredor analisar seu desempenho no ano passado. A revista também fala de planilhas para anotarmos nosso desempenho e li alguns resumos que apontam a necessidade da disciplina e na insistência para melhores corridas. Juntando isso tudo com a palavra TREINO bem grande na página seguinte, e o fato da leitura ter sido feita tarde da noite, perto do momento de tentar a projeção astral, tive o "estalo" de criar este blog como um tipo de "planilha de treinamento" das minhas tentativas de saída do corpo e de disciplina mental/lucidez durante a vigília.

A ideia de manter um diário das projeções não é nova, no entanto, ao invés de apenas relatar o que aconteceu como numa narração, os artigos sobre auto-percepção na corrida me inspiraram a escrever junto desses relatos astrais a auto-análise crítica de desempenho, o que talvez pode parecer um pouco com o que o IIPC aborda nas questões de auto-pesquisa (sendo que esta se foca mais nos traços de personalidade da pessoa).

Então aqui vou discutir comigo mesmo (coisa de louco né) os meus resultados e minhas observações de situações/questões de projeção astral/psiquismo/espiritualidade, e compartilho aqui com todos os pesquisadores (e curiosos) do(s) assuntos(s).

Abraço!